Talvez a noite/madrugada tenha tornado todo o desafio de ontem bastante intenso, agudo e, inevitavelmente, sentido no peito apertado, na “boca do estômago”, nas entranhas que parecem estar sempre sangrando… E hoje, por uma dessas “sincronicidades cósmicas” – o dia em que as questões das mulheres e da força feminina estão em pauta – chega ao seu auge, servida de “almoço”, a quadratura (aspecto que nos desafia a criatividade) entre a Lua (“astro feminino”, relacional) e Marte (“astro masculino”, guerreiro), ambos soberanos em seus domicílios, Câncer e Áries, respectivamente. Sendo assim, talvez fique gritante o quão esse “prato de difícil digestão” está relacionado com o estado de coisas que vão muito além da oposição excludente “homem x mulher”: a manutenção insustentável de qualquer exclusão. Tantas lutas, tantas conquistas, tanto por fazer! A luta da Mulher é também a luta dos excluídos, é também a luta pelo respeito às diferenças e às singularidades, pela igualdade de direitos e por tudo o que trata da relação entre diferentes não pelo viés da segregação e da exploração, mas pelas vias dos encontros que “multiplicam potências” (salve minha mestra!). Às 13:45-RJ, a Lua passa de Câncer para Leão, mantendo tecnicamente o aspecto difícil com Marte no finalzinho de Áries, mas já sinalizando que o caminho da “conversa” não tem que ser necessariamente pelo embate, pelo confronto… pode ser, também, “pelo coração”, pelo fortalecimento das conquistas que afirmam autonomia, exigem respeito e, portanto, direito à diferença com igualdade de direitos. É quando temos a oportunidade de descobrir que o “poder do amor” (por si, por todas nós, por todos) pode ser mais eficaz que “o amor pelo poder” (gratidão, Sallie Nichols, Isha Lerner). A luta também se dá na presença e na lucidez, na consciência e afirmação dos próprios e soberanos poderes. Já viram a carta do tarô “A Força” em que uma mulher segura as mandíbulas de um leão? O desdobramento dessa imagem simbólica hoje pode trazer importantes revelações quanto às novas formas de “luta” e “conquista” que não sejam apenas repetição estéril de velhas fórmulas excludentes. A noção de EMPODERAMENTO passa por aí…