Sol já em Escorpião oposto a Urano Rx, buscando Vênus Rx (que vem retrogradando a seu encontro), Mercúrio e Júpiter seguem também no “reino de Plutão” (este último, regente do signo) que está em Capricórnio, Marte (co-regente) em Aquário, Lua em Áries e nós sentindo, mais do que nunca, como as estruturas sociais em crise e as questões políticas, ideológicas, coletivas, humanitárias nos atravessam a todxs e nos exigem posicionamentos pessoais mais e mais conscientes. Estamos vendo o altíssimo preço de tanta inconsciência e repressão relegando a virar tabu e pecado tudo aquilo que diz respeito às faltas e perdas, aos nossos buracos e subterrâneos, às sombras e entranhas, prazeres e instintos de nós mesmxs. Há sim um forte desejo de mudanças, mas uma igual dificuldade de empreendê-las em segurança. No entanto, é sempre bom lembrar que o Sol em Escorpião joga luz intensa não para a superfície das coisas, mas para as profundezas da Alma (pessoal e coletiva), onde estão também adormecidas as próprias forças de criação da Vida. Escorpião é um signo fixo (a transitoriedade é uma constante!), de água (lamacenta, lodosa, pantanosa; de onde tudo o que vive, vem; pra onde tudo o que morre vai). Lá no “mundo das trevas” de Plutão, “o Rico”, estão não somente as tormentas da Alma que precisamos conhecer e enfrentar, mas também nossas maiores riquezas, os dons e talentos que podem brotar da transmutação dos conflitos, num processo alquímico constante que envolve morte e renascimento, destruição e criação, escuridão e descoberta da luz interior. É inevitável entrar em contato com as forças latentes, com o mundo das sombras, e liberar daí o poder de criação e renovação, transmutando o que era treva em luz. É inevitável atravessarmos esse momento. Que tenhamos força e consciência, que possamos ser honestxs com a gente mesmo, com as responsabilidades que nos cabem. Tudo é possível.